sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Paêbirú - O disco Mais Caro do Brasil foi inspirado na Pedra do Ingá.

História: ‘Paêbirú’, o disco mais caro do Brasil
Mais uma história interessante da MPB. O texto abaixo é de Idelber do Blog : O Biscoito Fino e a Massa(leia no original) e que eu peço “emprestado” “Em 1973, o paraibano Zé Ramalho estava cansado de animar bailes em bandas de iê-iê-iê de João Pessoa e Campina Grande. O pintor Raul Córdula lhe avisou que no Recife havia um pessoal diferente, conhecido pela alcunha de udigrudi pernambucano. Foi pra lá. O guru era Lula Côrtes, um hiperativo que dividia seu tempo entre o desenho e o seu inseparável (e legendário) tricórdio. Este disco não foi a estréia de Zé. Ele havia entrado no estúdio em 1973 para participar de uma maluquice coletiva chamada Marconi Notaro no Sub Reino dos Metazoários. Lula Côrtes se firmara como líder da turma durante a I Feira Experimental de Música do Nordeste (11/11/1972), também conhecida como Woodstock cabra da peste. “O ácido era distribuído ao público, cerca de duas mil pessoas, dissolvido num balde com K-suco”, testemunhou depois Marco Polo, futuro membro da Tamarineira Village, numa entrevista ao jornalista pernambucano José Telles (autor de Do Frevo ao Manguebeat, Editora 34). No início de 1974 Zé foi apresentado a Lula, que vivia com a namorada Kátia Mesel no então distante subúrbio de Casa Forte (que virou bairro nobre do Recife). Lula lhe falou da Pedra do Ingá e da idéia de fazer um disco inspirado no sítio arqueológico de Ingá do Bacamarte. O disco foi feito em 1975 no estúdio da Rozenblit (empresa fundamental para a história da música pernambucana) e lançado imediatamente. Mas na terrível enchente de julho daquele ano no Recife, as águas do Capibaribe invadiram a fábrica e destruíram praticamente toda a prensagem do disco, com a exceção de 300 cópias que haviam sido levadas para a casa de Lula e Kátia.Dessas 300 cópias nasceu o mito, que é tão incrível que há gente que não acredita. Hoje é possível encontrá-lo em CD, lançado pela Shadoks, um obscuro selo alemão. Aí no Brasil o disco sai por um preço bem salgado: alguém oferece um exemplar do CD no Mercado Livre por 120 mangos. No site da CliqueMusic é possível ouvir os primeiros 30 segundos de cada faixa. E também está disponível por aí na rede, claro, para quem tem as manhas. Quem sabe você possa achá-lo no Blog parceiro Raras Músicas ? Hoje, o vinil original de “Paêbirú” é o álbum mais caro da música brasileira, atualmente avaliado em mais de R$ 4 mil. O LP desbanca, inclusive, o disco “Louco por Você”, de Roberto Carlos, avaliado na metade do preço. Cada lado do LP tem um conceito: fogo, ar, terra e água. Cada um tem uma sonoridade. Fogo é mais roqueiro, ar é mais etéreo…Água tem homenagem a Iemanjá… (O Globo) Agora esta história pode ser conferida no documentário ” Nas paredes da pedra encantada” de Cristiano Bastos e Leonardo Bonfim. O documentário investiga a história do disco, que é tido como o fundador da psicodelia brasileira, misturada com elementos da cultura indígena. O filme traz entrevistas com Lula Côrtes, Alceu Valença, Raul Córdula e a cineasta KátiaMesel. É isto. Vamos esperar para ver se algum cineclube exibe ou documentário ou quem sabe ele seja lançado em DVD…

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Itacoatiaras do Rio Ingá estão entre os bens indicados a Patrimônio Mundial

Tombada como monumento nacional pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Pedra do Ingá com suas inscrições rupestres, agora está entre os seis bens culturais foram incluídos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na Lista Indicativa brasileira do Patrimônio Mundial. A inclusão do sítio arqueológico foi solicitada pelo IPHAN. O sítio das Itacoatiaras do Rio Ingá congrega o mais representativo conjunto conhecido desse tipo de gravura no Brasil, que se notabiliza pelo uso quase exclusivo de representações não figurativas na composição de grandes painéis de arte rupestre, exprimindo o gênio criativo de um grupo humano que se apropriou de padrões estéticos abstratos como forma de expressão, e possivelmente, de conceitos simbólico-religiosos, diferentemente de outras culturas que, em sua maioria, utilizaram-se de representações antropomórficas e zoomórficas. Em breve postaremos mais informações sobre o andamento do processo.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Documentário Nas Paredes da Pedra Encantada.

No último dia 19/09/2016 foi liberado para todas as audiências o documentário Nas Paredes da Pedra Encantada (sobre o mítico álbum Paêbirú - Caminho da Montanha do Sol, de Lula Côrtes & Zé Ramalho), dirigido pelo jornalista Cristiano Bastos (também produzido e bancado do próprio bolso pelo diretor) ao lado do Leonardo Bomfim Pedrosa. O filme, que estreou em 2011 no festival l InEdit (SP) e ganhou lançamento em DVD pela Monstro Discos em 2014, agora finalmente pode ser assistido na Internet. Nas paredes da pedra encantada Documentário investiga uma das obras mais cultuadas da discografia brasileira Paêbirú – Caminho da montanha do Sol, lançado em 1975 por Lula Côrtes & Zé Ramalho, é tema do documentário Nas paredes da pedra encantada, um dos mais recentes lançamento em DVD da Monstro Filmes, braço fonográfico do selo goiano Monstro Discos. Assinado pelos jornalistas Cristiano Bastos e Leonardo Bomfim, o longa-metragem investiga esse disco mítico, cuja trajetória é repleta lendas e causos. Em 2009, o repórter gaúcho Cristiano Bastos estava em Recife para a apuração de uma matéria (Leia na íntegra: http://rollingstone.uol.com.br/edicao/24/agreste-psicodelico) e aproveitou o tempo na cidade para investigar a história por trás do cultuado LP. A reportagem ganhou corpo e a realização de um documentário se tornou inevitável. Bastos e Bomfim passaram um mês entre Pernambuco e Paraíba filmando entrevistas com os principais envolvidos com o disco. Zé Ramalho, que sempre evitou o assunto Paêbirú, não falou com o filme, mas liberou os direitos de uso das músicas para a trilha sonora. A ausência de um dos protagonistas da história não empobrece a narrativa do documentário. E isso se deve principalmente à presença de Lulas Côrtes, figura de carisma magnético que prende a atenção do espectador assim que surge em cena. Poeta, designer, ilustrador, pintor, músico, compositor e cantor, Lula morreu em março de 2011, de câncer na garganta, poucos dias antes da estreia do filme. Em clima de road movie, o documentário leva o multiartista de volta à Pedra do Ingá, sítio arqueológico localizado em Ingá do Bacamarte (PB), repleto de misteriosas inscrições rupestres. As histórias que rondam o local fizeram a cabeça de Lula e Zé, que criaram para as músicas novos mitos em cima dos mitos do Ingá. De uma sonoridade psicodélica bastante própria (com o uso de instrumentos e ritmos regionais), Paêbirú se tornou ainda mais lendário pelo fato de parte de sua tiragem original ter sido destruída numa cheia que devastou o depósito da fábrica de discos. Entre as lembranças de Lula e as histórias de figuras diversas da cena ‘udigrudi’ nordestina, como Lailson de Holanda, Alceu Valença e Kátia Mesel, o filme investiga, não só a riqueza musical de Paêbirú mas também o imaginário do interior da Paraíba e o momento psicodélico dos anos 1970 na ponte entre Recife e João Pessoa”. Produzido de maneira independente, Nas paredes da pedra encantada estreou no festival InEdit (SP), em 2011, e foi exibido desde então em faculdades e diversos eventos de música e cinema. O lançamento do DVD foi realizado na edição de 2014 do festival Goiânia Noise, às vésperas do aniversário de 40 anos de Paêbirú.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Monumento em Homenagem a Pedra do Ingá

Monumento em homenagem a Pedra do Ingá será inaugurado nos próximos dias. O monumento as itacoatiaras é resultado de uma parceria público privada e foi idealizado e construído pelo artista Dennis Mota e colegas de trabalho. Foi doado pelo empresário Carioca Sérgio Santos e pela Prefeitura Municipal de Ingá. Localizado na entrada da cidade, esse cartão postal agora é um lembrete aos próprios munícipes de que a Pedra do Ingá está mais presente em suas vidas do que eles imaginam, afinal de contas Ingá não é conhecida mundialmente por causa de sua culinária, música, cultura, mais sim por possuir um dos maiores patrimônios arqueológicos do mundo, venham conhecer a Pedra do Ingá e ajude-nos a preservá-la.