quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Ingá tem belezas que conquistarão você, portanto
aqui você é quem escolhe pra onde quer ir. Se você
gosta de aventura então você deve conhecer a serra
velha, se você é apaixonado pelo passado então aventure-se
nas trilhas que conduzem ao passado, conheça as pedras
de Ingá. Se a sua onda é cultura, então não deixe de
conhecer o labirinto de chã dos pereiras, um artesanato que
é produzido desde a chegada dos primeiros colonizadores do
Brasil.

Veja os roteiros a baixo e monte o seu!

Visita a lagoa pleistocênica e subida do cruzeiro de Pontina.
Distância: 15 km a partir do centro de Ingá.
Duração: 1 hora aproximadamente.
Nivel de dificuldade: Médio.
Objetivo: conhecer o lugar onde os animais da mega-fauna
Morriam, ou eram caçados, apreciar a vista do alto do cruzeiro
Com destaque para o planalto da Borborema.

Conhecer Labirinto de chã dos pereiras.
Distância: 15 km a partir do centro de Ingá.
Duração: 15 a 20 minutos.
Objetivo: conhecer essa expressão de artesanato popular tão rica
E tão escassa no nosso país, no distrito essa arte é passada de geração
Para geração, e se mantém viva desde a chegada dos colonizadores
Portugueses.

Trilha da ponte de ferro.
Distância: 6 km a pé.
Duração: 2 horas e meia.
Nível de dificuldade: fácil.
Objetivo: caminhada ecológica de 6 kms até a pedra de Ingá, passando
Pela ponte de ferro construída há 100 anos durante o ciclo do ouro branco.
A trilha passa também por possíveis indústrias líticas, ou possíveis acampamentos
De índios que viveram na região.

Visita a loja de artesanato.

Local: Pedra do Ingá e centro da cidade.

Trilha da Serra velha.

Distância do centro da cidade: 15 km.
Distância a percorrer: aproximadamente 4 km a pé.
Duração: Um dia inteiro. ( essa opção é feita para quem quer passar um dia inteiro)
Nivel de dificuldade: Difícil.
Objetivo: Essa trilha é para os aventureiros que não tem medo de altura e nem de caminhar
Por trilhas a mais de 600 metros, passando por paisagens únicas e deslumbrantes.
Além de conhecer os mistérios da serra velha o aventureiro vai redescobrir o passado e
Entrar nas grutas que serviram de abrigo para os cangaceiros e para o homem primitivo.

O que está esperando? Monte o seu roteiro e se aventure nos caminhos que conduzem ao
Passado.

domingo, 5 de junho de 2011



Vanderley de Brito*

Ingá é um gênero de árvores e arbustos da família das leguminosas que ocorre em todo o Brasil e cujos frutos capsulares se caracterizam por terem sementes embebidas numa massa carnosa e úmida (não raro comestível).
O gênero tem muitas espécies como o Ingá-Açu (Inga cinnamomea), nativa da Amazônia e de cujo fruto, o ingá, é muito apreciado; Ingá-cipó (Inga edulis), cujo fruto é comestível, porém não muito doce; Ingá-cururu (Inga fagifolia), muito dispersa na zona litorânea, e cujo fruto não é utilizável; Ingá-de-fogo (Inga velutina), de madeira dura e útil, e cujo fruto não é aproveitável; Ingá-doce (Inga affinis), de casca tanífera, e cujo fruto gera polpa doce e edule; Ingá-ferradura (Inga sessilis), cujo fruto é muito espesso e recurvado; Ingá-mirim (Inga marginata), de origem amazônica, cujo fruto tem polpa agradável e a madeira é utilizável em carpintaria e obras internas; Ingapeba (Inga ruiziana) da subfamília mimosácea, que habita a Amazônia; Ingá-verde (Inga virescens), de fruto sem valor alimentar e madeira pouco útil; Ingaxixi (Inga alba), árvore da Amazônia cujo fruto e madeira não têm préstimo; e Ingazeira (Inga capuchoi), que vive na região do rio Tapajós e também não tem qualquer utilidade.
Na Paraíba há uma cidade ribeira com topônimo Ingá, talvez porque no passado houvesse um grande ingazeiro na região e, destas espécies, creio que o ingazeiro tenha sido o Inga affinis, que é tipicamente característico de mata ciliar.
O historiador paraibano Coriolano de Medeiros, em seu Dicionário Corográfico, traduz o termo “Ingá” como “cheio d’água”, e esta tradução é a que mais se vê propagada como a real tradução do vocábulo. Contudo, o adjetivo “cheio” - que pode também ser entendido por repleto ou farto – na língua tupi é “abiru, apiru ou apu” e, portanto, com o conectivo “y”, que quer dizer água ou rio, o termo seria “yabiru”; “yapiru” ou “yapu”. E não “Ingá” como sugere o ilustre historiador sem mesmo indicar que critérios que utilizou para a tradução do termo “Ingá” para “cheio d’água”.
Todavia, levando em consideração que a língua tupi freqüentemente se utiliza de afixos pospostos ao radical, se tentarmos formar a palavra por essa regra o termo “cheio d’água” ficaria “y-bora” e não “ingá”. Pois “bora” é o sufixo tupi para dizer “o que contém, o que está cheio de”. Portanto, Ingá significar “cheio d’água” está em total desacordo com os critério lingüísticos do tupi.
Já o emérito historiador paraibano Horácio de Almeida, define “Ingá” como “o que é intumescido”, de “y-igá”, que seria alusivo à polpa do fruto. Entretanto, a palavra tupi que define “intumescido, hidrópico ou aquoso” é “pungá”, que também quer dizer inchado, estufado, podre. Concordo que na língua tupi, por questões eufônicas, algumas palavras ao seguirem outras mudam o fonema inicial, mas o “p” normalmente passa para “mb”, como por exemplo o termo “pó”, que quer dizer “mão”, para dizer mão de mulher (cunhã) muda para “cunhãmbó”. Então não vejo como “pungá” mudaria para “ingá”. Até porque se fosse receber a redundância “y” (pois o termo pungá já é aquoso por si só) de acordo com a regra ficaria “y-mbungá” e não “y-igá” como queria Horácio de Almeida.
A propósito, a partir do século XVIII o termo tupi “pungá” passou a ser utilizado referenciando “pulmão” (talvez já fosse um pronome alusivo ao órgão, que é caracteristicamente inchado, estufado) e o termo entre os tupi mais usual para definir “embebido ou empapado” era o adjetivo “ruru”. Que, diga-se de passagem, não tem nada em comum com o vocábulo “ingá”.
Como se pode perceber, ambos os historiadores que se preocuparam em traduzir o vocábulo “ingá” tiveram por parâmetro a alusão adjetiva ao fruto da ingazeira, se utilizando da aglutinação de sufixos para encontrar um termo que se aproximasse ao vocábulo e que fizesse referência a consistência aquosa do legume em questão. No entanto, os historiadores não atentaram para o fato de que a língua indígena não é tão pobre assim. Pois o tupi tem o substantivo “aputuuma” para definir “miolo ou polpa”, também tem o termo genérico “ypuera” para definir “caldo, sumo ou suco” e ainda dispõe do termo “akyma” para definir “molhado”. Portanto, não seria necessário aos falantes da língua tupi o uso complicado e impreciso dos vocábulos sugeridos pelos historiadores paraibanos para fazer referência ao fruto da ingazeira.
Curioso é que na língua tupi há vocábulos bem semelhantes à “Ingá”, como o termo “inguá ou unguá” que quer dizer “pilão, almofariz” e também tem o verbo “apalpar” que traduz “ungá ou sungá”. Termos que certamente não foram usados como possíveis traduções porque não justificariam os adjetivos do fruto ingá.
Como se vê, não ocorreu a estes tradutores o fato de que, necessariamente, o termo “ingá” ou sua variante “angá” não queira aludir à condição hidrópica do fruto, mas sim um substantivo próprio.
Pois bem, a incumbência de dar nome às coisas não foi prerrogativa única de Adão, como sugere o Velho Testamento. Todas as línguas têm ou tiveram seus substantivos, e na língua tupi o termo que define o fruto aquoso da ingazeira - ou ingaíba como o tupi nomeia a árvore - é ingá, independente de seus adjetivos. A propósito, o termo é tão indicador específico do fruto que as árvores Pithecolobium da família das leguminosas cujos frutos se parecem com o ingá, a exemplo da marizeira (Geoffraea superba), são denominadas de “ingarana”, que quer dizer “pseudo-ingá”.
Portanto, o vocábulo “ingá” é indubitavelmente um substantivo tupi comum aos frutos de todas as vagens das espécies leguminosas do gênero Ingá. Ou seja, “ingá” simplesmente quer dizer “ingá”. O fruto do ingazeiro.


*Historiador, membro da Sociedade Paraibana de Arqueologia.

domingo, 8 de maio de 2011

No último dia 4 de Maio a Pedra do Ingá ficou submersa pelas
águas do rio Ingá. Em decorrência das fortes chuvas o sítio
arqueológico desapareceu por algumas horas, voltando a aparecer
com a diminuição do volume das águas. Essas cheias não prejudicam
as inscrições, pois cheias como essas são comuns e têm se repetido
milhares de vezes nos últimos 5.000 anos, idade aproximada dos
registros rupestres. Os eventuais danos que possam ocorrer são
oriundos do material trazido pelas águas, como por exemplo, madeira,
lixo e pedras. Após a água baixar foi feita algumas avaliações e se
constatou que as inscrições continuam intactas.

Assista o vídeo abaixo: